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Maioria das crianças mortas no RS foram assassinadas pelos pais

Maioria das crianças mortas no RS foram assassinadas pelos pais

O caso recente de um pai que jogou o próprio filho, Théo, de 5 anos, do alto de uma ponte em São Gabriel (RS) em vingança contra a ex-esposa, chocou o Brasil.

O crime foi apenas um dos vĂĄrios casos de infanticĂ­dios cometidos pelos pais no estado gaĂșcho. Uma anĂĄlise do jornal Zero Hora (ZH) descobriu um aumento da violĂȘncia contra crianças dentro da prĂłpria casa.

O estudo mapeou 153 assassinatos de menores de atĂ© 12 anos no Rio Grande do Sul, nos Ășltimos 10 anos. A maioria das vĂ­timas, ao menos 70, teve a vida tirada pelos prĂłprios pais, de acordo com os dados das investigaçÔes policiais.

As mĂŁes foram as que mais mataram, somando 41 crimes, seguidas pelos pais (18 casos). Em 11 crimes, ambos mĂŁes e pais foram indiciados como autores da morte dos filhos.

JĂĄ padastros e madrastas foram responsĂĄveis por 19 assassinatos de enteados. Outros familiares foram autores em ao menos nove casos.

Mortos na prĂłpria casa

A anĂĄlise ainda revelou que a maior parte das crianças mortas foram assassinadas dentro das prĂłprias casas, o lugar onde deveria estar mais protegida. Das 153 vĂ­timas, 111 foram mortas em suas residĂȘncias.

Enquanto o nĂșmero de crianças vĂ­timas de casos de violĂȘncia urbana – como balas perdidas e execução do crime organizado – diminuiu, a porcentagem de crianças vĂ­timas da violĂȘncia familiar aumentou. 

De 2015 a 2017, cerca de 40% dos assassinatos de crianças no RS foram cometidos por familiares. Esse nĂșmero saltou para 70% em 2024, conforme o estudo da Zero Hora.

“Esses casos realmente tĂȘm se disseminado de maneira rĂĄpida. Esse tema precisa vir para o debate”, defeneu a promotora de Justiça do Rio Grande do Norte Erica Veras, que veio ao estado gaĂșcho na semana passada para participar de um evento sobre violĂȘncia domĂ©stica familiar.

Segundo o mapeamento, a maioria das vĂ­timas foram crianças pequenas. Das 153 mortas, 92 tinham atĂ© cinco anos de idade. JĂĄ 50 vĂ­timas foram bebĂȘs com menos de 2 anos. A maior parte foi assassinada com arma de fogo, seguido por casos de agressĂ”es, asfixia e facadas.

“A violĂȘncia contra as crianças e adolescentes dentro das famĂ­lias Ă© um fenĂŽmeno multifatorial complexo, onde existe uma garantia do silĂȘncio. As crianças, por vezes, sequer se entendem como vĂ­timas. Isso vai causando um sofrimento psĂ­quico muito grande. É fundamental interromper o ciclo da violĂȘncia. É necessĂĄrio investir na qualificação dos sistemas de informação. Tem muita subnotificação, mesmo na violĂȘncia que deixa marcas, e muitas vezes Ă© ignorada nos espaços pĂșblicos, nas escolas”, comentou Fabio Vieira Heerdt, juiz do 2Âș Juizado Regional da InfĂąncia e Juventude de Porto Alegre, Ă  ZH.

O pastor Edmilson Ferreira Mendes lembrou que Jesus disse que o esfriamento do amor seria um sinal do fim dos tempos, que antecede sua segunda volta.

“É incrível como as palavras de Cristo estão se realizando bem diante de nossos olhos. No fim dos tempos, disse Ele, teríamos um gigantesco esfriamento do amor como resultado da multiplicação do pecado. Esse tempo chegou, ameaça, assusta, chegamos a ficar sem ação diante do caos incontrolável que se apresenta a cada dia”, comentou ele, em artigo em sua coluna no Guiame.

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